quinta-feira, 11 de outubro de 2012

2 anos depois

2 anos depois .. e volto .. de novo com a necessidade de escrever , mesmo que seja para mim mesma, para que possa recordar cada pormenor da minha vida, sem me esquecer de nada. Às vezes dá-me esta vontade da escrita..as palavras pelo menos não se apagam tão facilmente como as memórias. Hoje deu-me essa vontade, e lembrei-me de um blog que há tempos tinha criado..fiz um esforço enorme para recordar o nome dele, e foi então que reencontrei. Primeiro texto 18 anos.. agora já tenho 21, quase licenciada, cheia de vontade de agarrar o mundo...e começar a construir a minha vida. Mas não quero falar do que está para trás, quero falar do presente. hoje.

Hoje.. hoje estou melancólica..melancolia que aparece do nada, sem razão (ou talvez não). Às vezes queremos esconder de nós mesmos o que sabemos ser verdade, mas até nas palavras custa transmitir a nossa verdade. Eu acho que sei de onde vem esta melancolia..hoje não é natal, e eu queria que fosse, pelo menos para ti .. para te ver feliz e em paz de novo. Aquele encantava-me , enchia-me o coração.. fazia-me rir , tranquilizava-me .. Mas hoje não é natal nem para ti nem para mim , hoje não vês luzes amarelas , nem vermelhas , hoje não estás com roupa aconchegante, nem com a tv a meio gás.. É de ti mesmo que vou escrever hoje? As palavras estão a fugir para a verdade agora? A melancolia deve-se a ti ? Aquela música, daquela noite, daquele CD, estou a ouvi-la pela 4x enquanto escrevo.. é por ti ? é. mas porquê? Porque tenho tudo, aos olhos de todos, e só penso em ti quando estou a meio gás? Disseste uma vez que te sentias de igual forma até alguém te conquistar de novo.. não tenho essa pessoa aqui , nem agora .. fingo não pensar em ti ou não sentir até que ele chegue ? Acho que sim.. Sabes, a única coisa que quero de ti , é que estejas perto..perto de mim, feliz, sabendo o que só tu e eu partilhámos. Ainda hoje no comboio me recordava disso. Estavas ao meu lado, e eu só me relembrava daquela noite ..

sexta-feira, 21 de maio de 2010

Ama e faz o que quiseres!



O amor parece ser a encruzilhada de sentimentos que nos separa da morte e da vida. E há, realmente, pessoas que nos viram do avesso, nos tiram as nuvens do olhar, e banham de sol o nosso coração.
Acerca delas falamos do amor, como se ele fosse um sentimento…mas não é. É uma consensualidade de sentimentos. É por isso que a tranquilidade do amor nos reboliça e, com ela, as estrelas se insinuam onde, antes, dominava a indiferença (que nos levava a guardar o melhor do mundo…sempre para mais tarde).
Talvez só aí, ao descobrirmos tudo o que o amor não é, percebamos que o amor não se reconhece como uma forma de ver o mundo pelos olhos do outro. É mais! A redenção com que o amor se dá passa pela anunciação de encontrar, nos olhos do outro, uma forma de ver para além dos nossos olhos e dos dele.
O amor não é bem um encontro de verdades. É melhor! É confiarmo-nos a alguém e entregar, pela mão dos olhos dele, o nosso olhar ao desconhecido, guiados pela esperança de vir até nós “um infinito de nós os dois”


Foto de: http://olhares.aeiou.pt/forma_do_amor_foto713508.html

segunda-feira, 17 de maio de 2010

Chega-te a mim..e deixa-te estar


Terminei à uns dias a leitura de um livro tão saboroso que não podia deixar de escrever aqui alguns textos que me marcaram. Sim, os livros também marcam a nossa vida, tal como as pessoas, ainda para mais quando os livros exprimem tantas ideias iguais às que pensamos, e simplificam-nas, como se encontrassemos alguém tão parecido como nós mesmos.
Chama-se "Chega-te a mim..e deixa-te estar" de Eduardo Sá.


Não é verdade que as pessoas da família marquem presença constante nos retratos. Nem que gostem de nós ou nos conheçam. Sempre que nos desconhecem ou se afligem quando estamos aflitos, ou se intrigam (como se lhes faltasse o mapa tesouro, para se chegarem), fazem-nos sentir sós e abandonado.E quando é assim, as pessoas da família podem tornar-se estranhos colados a nós. O que, naturalmente, só nos traz amargura, decepção, e até rancor.
Não é verdade que as pessoas da família nos ancorem sempre à vida e nos rasguem mais um horizonte no olhar…quando nos olham. Na verdade, as pessoas da família são também quem mais nos decepciona e desampara. E, por vezes, são quem nos ensina a aprender, deixando de perguntar porquê. Parecem ter perdido, por entre um comboio de gestos, os pequenos nadas que nos dão lume por dentro e nos iluminam. E são ainda elas que, de floco em floco, criam a “bola de neve” de coisas por dizer, que, um dia, como uma avalanche, há-de resvalar sobre o nosso coração.
Muitas vezes, as pessoas da família parecem crianças assustadas. Receiam dizer “gosto de ti”, para que isso não nos inebrie. E nem sempre colam o seu peito ao nosso, se aconchegam e nos abraçam, por nenhum outro motivo que não seja para que nos sintam junto a si. Muitas vezes, as pessoas da família falam fluentemente dos ossos, da gripe, da pedra no rim, mas raramente dos sonhos que as movem ou das convicções que lhes dão luz. Quando o fazem assim, é como se nos pedissem: “tem pena de mim!”, e quase nunca: “gosta de mim!”. “Ama-me!”, muito menos.
Na verdade, o mundo interior não divide as pessoas entre as estranhas e as de família. Mas entre os viajantes e os aventureiros, os arquitectos do nosso coração e os alquimistas.
Os viajantes e s aventureiros são pessoas que nos surpreendem de passagem. São como pirilampos que nos dão uma luz e, de seguida, nos desassombram com outra decepção.
Os arquitectos do nosso coração rasgam avenidas ou desvendam planaltos. E guiam-nos. Trazem consigo as revoluções tranquilas que acrescentam outros lugares aos pontos cardeais.
Os alquimistas desconcertam mais. Abrem as persianas da nossa alma, dão-lhe sol e transformam-nos para sempre. Como se não bastasse, os alquimistas percebem que aquilo que aquilo que distingue as “boas prendas” “dos presentes” são os laços. E nunca nos perguntam se estamos tristes ou aflitos. Antes nos dizem: “Chega-te a mime deixa-te estar”

quinta-feira, 18 de março de 2010

18 anos


Sou igual a tantas outras jovens, a tantas outras anas que têm problemas e alegrias que precisam ser expressadas.. e para falar de tudo isto não preciso ter uma foto minha estampada num blogue, secalhar se a tivesse não acreditavam em metade do que já passei, pois sou uma menina bonita que está sempre feliz e parece não ter problemas, pelo menos aos olhos daqueles que me vêm de longe. Sou feliz, mas mais do que isso sou forte por isso consigo (ou antes conseguia) ter um sorriso mesmo que tivesse passado por uma valente tempestade.
Antes conseguia porque agora devido a circunstâncias do meu presente é-me mais complicado sorrir com problemas.. estou na idade fevorosa que um jovem pode ter, 18, para trabalhar, para arriscar, para viver.. mas como optei por parar um ano antes de ir para a universidade, vejo essa ambição a ser perdida por uma palavra chamada crise. Tenho tanta vontade de trabalhar, de ter falta de tempo, de conquistar a minha liberdade e independencia.. e para este ano sonhei tudo isto, mas a oportunidade ainda nao chegou.. os meses passaram, nao ganhei dinheiro para poder auxiliar a minha universidade.. mas sei que não sou a única nesta situação .. sei que há pessoas em pior situação do que eu.. mas se o pensar isto fosse suficiente para me animar.. eu já estaria mais que bem.
Sinto-me impotente com tudo isto, sinto-me revoltada por ser exigida tanta experiência para tanta coisa esquecendo-se de que se ninguém der a primeira oportunidade nós jovens nunca teremos a experiência suficiente.. parece que vejo a vida a ser adiada por culpa que não é minha. Mas acredito que um dia isto irá mudar e toda a gente terá a oportunidade pela qual procura.